Alada

Asas, eu não as tinha, ou nunca as percebi.

Até que um dia me dei conta que elas existiam

que estavam realmente ali

fiquei extasiada, só queria voar...

A sensação de liberdade, de planar em pleno ar,

de seguir sem rumo, de não estar mais aqui

presa somente em um lugar.

Mas com o tempo percebi que eu apenas voava,

muitas vezes sem um objetivo real, tudo passava

sem saber o destino, e acabava saindo ferida, machucada

e repensei a condição de estar alada...

Mas já havia passado tanto tempo presa em caminhar

que não

não era mesmo justo ter tão belas asas e não voar.

Insisti em sair, muitas vezes de olhos fechados

muitas vezes sem pensar...

E sem olhar, acabava sem saída, errando

caindo, me magoando

por querer somente voar sem olhar

sem ver que eu precisava entender

que eu precisava achar o plano, o ponto, o lugar

achar o equilíbrio, então

saber quando voar

e saber quando manter os pés no chão.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 24/01/2011
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2749719
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