Alada
Asas, eu não as tinha, ou nunca as percebi.
Até que um dia me dei conta que elas existiam
que estavam realmente ali
fiquei extasiada, só queria voar...
A sensação de liberdade, de planar em pleno ar,
de seguir sem rumo, de não estar mais aqui
presa somente em um lugar.
Mas com o tempo percebi que eu apenas voava,
muitas vezes sem um objetivo real, tudo passava
sem saber o destino, e acabava saindo ferida, machucada
e repensei a condição de estar alada...
Mas já havia passado tanto tempo presa em caminhar
que não
não era mesmo justo ter tão belas asas e não voar.
Insisti em sair, muitas vezes de olhos fechados
muitas vezes sem pensar...
E sem olhar, acabava sem saída, errando
caindo, me magoando
por querer somente voar sem olhar
sem ver que eu precisava entender
que eu precisava achar o plano, o ponto, o lugar
achar o equilíbrio, então
saber quando voar
e saber quando manter os pés no chão.