PARÁGRAFO PRIMEIRO  -  (Dos sóis de minha vida)
       




Dou o meu suor,
a água da fonte de onde vim,
o por-de-sol para onde vou
o vento que leva meus pensamentos
para as nuvens
o solo que me põe em pé
para viver a luz e a sombra de cada dia,

dou o meu coração
que vibra sob a batuta divina,
dou a melodia dos meus silencios interiores
quando o inverno faz cêrco à primavera,

e a minha linguagem que não envelhece
com o meu rosto
e a minha alma que não envelhece
dentro deste corpo,

dou...
em troca do brilho dos olhos dos animais,
do seu amor mais do que humano,
e ao seu direito de habitar a terra,
como eu,
sem que tenha que ser subjugado,
ferido e escravizado
por seres que andam em pé
mas cujos corações  rastejam.





(Direitos autorais reservados).
foto: yun4029 -www.yunphoto.net