COISA POUCA
Ela passou a tarde inteira chorando por causa de um caso perdido. Abraçada a seu ursinho de pelúcia, lembrando do seu amor a lhe dizer:
_ Não dá mais, não chore, por favor. Foi bom enquanto durou. Não dá mais. Segue em paz. O que eu senti um dia por você acabou.
Recordava os momentos de carinho, dos e-mails e das caixas de bombons, dos passeios que faziam pelos shoppings, dos acampamentos, das praias e dos sons. E agora, que vergonha, que roubada, que baita decepção. Não querer acabar com esse romance, viver amando no silêncio e na solidão, não dá mais. Mas implorar não adiantou. Foi bom enquanto durou. Não dá mais, segue em paz. Mais uma linda historia de amor acabou.
Perguntou o que na vida faz sentido: se entregar ou brigar com toda força? Pôs o revolver do pai no próprio ouvido – “a morte perto da perda é coisa pouca.”
De repente um estalo, uma nova rota. Que alívio, puta sensação de paz.
Cada chave foi feita pra sua porta, e o que passou não interessa mais.