Os porcos tem fome de pérolas,
Os cães mostram seus dentes
e os chacais chafurdam
felizes da vida com a carniça.
E uns versos de merda...
Os poetas cagam em todos os cantos
e cospem no recanto em que comeram
e onde tanto e tanto se consomem
de intrigas e inveja, mal entendidos
que são entendidos que entendem sempre
bem mal...
enquanto dormem suas ilusões perdidas
e morre alguma beleza na poesia que matam.
Serão sonhos estes pesadelos?
Serão verdades estes delírios?
Grandeza vil e vã de subalimentados
de desnutridos de emoção...
A máscara vil do rosto encouraçado
que, engraçado, esboça sorriso sutil,
trocam qualquer instante de inspiração
por uma eternidade passada no covil...
Bestas! Feras! Abominações...
fantasmas da tela luminosa,
monstros do anonimato,
gigantes de formigueiro,
deuses da loucura e da carência
demônios de maldita eloquência,
que querem assustar escondidos...
É aqui que também moro?
Não me demoro em partir.
É aqui que venho também
compartilhar este fedor, este lixo?
Recolher esses cacos de espelho
que não são meus, é aqui?
É aqui que me escondo?
(eu que nunca me escondo...)
em que parte desse escombro
perdi a vontade de querer ser
um caçador de pérolas
que só os porcos vão comer?
Falta de vontade de ser,
falta de vontade de ter
ainda alguma vontade...
Chegam notícias do covil:
cada poeta que se perde
toda a possível esperança vai
para a puta que a pariu!
E acaso o poeta se perde?
(Acho que o poeta não!)
Sim, se perde sim...
quando se importa muito consigo mesmo,
quando entesoura suas palavras podres
e largam versos órfãos pelo mundo
(que nem precisa tanto deles assim...)
Olha aqui!
Você que escreve e lê, quem é?
Você que acha que pensa
e que pensa que sente
ou que sente que sabe
qualquer coisa que a Poesia esconde
(e a Poesia é sempre muito mais...)
Você que acha que define, com palavras,
a dor e a delícia de qualquer sentimento
ou do Amor uma coisa assim qualquer
quase nada, quase nada...
Guarda tudo no silêncio de vez
e vê se a Poesia vem de repente
escolher-te para soltar alguma coisa
num inevitável grito.
Se sim, goza, contempla e escreve!
Se não, conforma-te e te cala!
(Por conta de ler sobre alguns entreveros
"poéticos" no santo recanto da poesia)
Os cães mostram seus dentes
e os chacais chafurdam
felizes da vida com a carniça.
E uns versos de merda...
Os poetas cagam em todos os cantos
e cospem no recanto em que comeram
e onde tanto e tanto se consomem
de intrigas e inveja, mal entendidos
que são entendidos que entendem sempre
bem mal...
enquanto dormem suas ilusões perdidas
e morre alguma beleza na poesia que matam.
Serão sonhos estes pesadelos?
Serão verdades estes delírios?
Grandeza vil e vã de subalimentados
de desnutridos de emoção...
A máscara vil do rosto encouraçado
que, engraçado, esboça sorriso sutil,
trocam qualquer instante de inspiração
por uma eternidade passada no covil...
Bestas! Feras! Abominações...
fantasmas da tela luminosa,
monstros do anonimato,
gigantes de formigueiro,
deuses da loucura e da carência
demônios de maldita eloquência,
que querem assustar escondidos...
É aqui que também moro?
Não me demoro em partir.
É aqui que venho também
compartilhar este fedor, este lixo?
Recolher esses cacos de espelho
que não são meus, é aqui?
É aqui que me escondo?
(eu que nunca me escondo...)
em que parte desse escombro
perdi a vontade de querer ser
um caçador de pérolas
que só os porcos vão comer?
Falta de vontade de ser,
falta de vontade de ter
ainda alguma vontade...
Chegam notícias do covil:
cada poeta que se perde
toda a possível esperança vai
para a puta que a pariu!
E acaso o poeta se perde?
(Acho que o poeta não!)
Sim, se perde sim...
quando se importa muito consigo mesmo,
quando entesoura suas palavras podres
e largam versos órfãos pelo mundo
(que nem precisa tanto deles assim...)
Olha aqui!
Você que escreve e lê, quem é?
Você que acha que pensa
e que pensa que sente
ou que sente que sabe
qualquer coisa que a Poesia esconde
(e a Poesia é sempre muito mais...)
Você que acha que define, com palavras,
a dor e a delícia de qualquer sentimento
ou do Amor uma coisa assim qualquer
quase nada, quase nada...
Guarda tudo no silêncio de vez
e vê se a Poesia vem de repente
escolher-te para soltar alguma coisa
num inevitável grito.
Se sim, goza, contempla e escreve!
Se não, conforma-te e te cala!
(Por conta de ler sobre alguns entreveros
"poéticos" no santo recanto da poesia)