No início
Me interrogo a todo momento se os melhores textos nascem de uma dor. Na verdade, grande maioria do que me atrai, suspeito que sim. E a maior parte das vezes o que me leva a escrever é esta palavra, tão pequena, tão curta, mas que pode tomar formas infinitas de intensidade.
Dor de uma vida. Penso no que faço, no que poderia ter feito. E ela não se desfaz. Não se esvai, corroi todos os poros. O passado e o presente se unificam, porque não encontro um começo. E não consigo prever o fim.
Quando ela nasce, se torna um verme. Não deixa, não se cala. E o que fazer diante disto? Apenas tentar não sucumbir. O resto não depende de mim.