BITOLEI
Bitolei amigo, que barra!
no início estava perdido
todo olhava nmaravilhada,
pois tudo em volta era vida!
percebi que nada sabia
procurei vencer a insensatez
li dois livros por dia,
afastei a fantasia.
mas é barra, amigo,,
até hoje sinto falta de ar,
até hoje estou sem abrigo,
não sei se um dia terei um lar.
Cidade grande, irmão, é megera
expande o peito e machuca
lota, sufoca, exaspera,
joga sozinho na luta.
Depois de tanto saber,
de conhcer tanta gente
pergunto e não tenho resposta
porque sofre tanto o inocente?
Ainda lamento o passado,
quando ouso olhar pra traz
tudo aí tão sossegado
aqui não se dorme mais.
Corre-se tanto por nada,
que as vezes eu me espanto,
me pego desgovernada,
correndo pra nenhum canto.
Mas eu vejo tanta pressa
tanto nos jogam pra frente,
que se cai e tropeça,
está atrapalhando a corrente.
Quando dá pra pensar
sinto dor no fundo do peito,
olho de longe o mar,
sorrio satisfeito,
com este minguado salário,
com esta terrível inflação,
existe o mais desgraçado,
que vive do sangue do irmão.