Tentei ir até lá atrás,
Mas o ar rareou tanto que perdi o chão!
Enquanto ia lá, uma pergunta insistia:
Qual a finalidade de saber do que já passou?
Se é o hoje e o amanhã que me importa
E se é o teu agora que me comporta?
Para que eu voltaria num passado perfeito ou não
Se foi no teu agora que embarquei meu coração?
O que me interessa são as novidades das ruas...
Novas velhas ruas pelas quais quero caminhar pela primeira vez.
Quero andar pelas manhãs, tardes, noites ou madrugadas
De mãos dadas com você num legítimo fato acontecendo...
Não, não desprezo seus tesouros acumulados em teu peito!
Só não quero aquilo que nem mesmo você quer mais,
Assim como não quero te dar aquilo que não serve para mim.
Quero uma página em branco neste livro...
Bem sei que são muitas as páginas já escritas e até rabiscadas,
Mas não é nelas que escreveremos nosso fato recente,
A novidade que quero te ser, assim como você me é...
Quero a surpresa, o desconhecimento de cada novidade,
Quero aquilo que não foi jogado ao vento descuidosamente...
Assim, te proponho que deixemos o tempo no tempo anterior ao nós,
E que dele somente carreguemos o que de fato importa para o agora.
Quero a poesia das madrugadas inéditas musicadas pelas tuas mãos,
Eu escrevo cada verso e você faz a canção...