SAUDADE...

Saudade das velhas estradas percorridas,

dos velhos tempos, quando jóvens éramos,

guardávamos nos olhos coisas escondidas.

saudade doida até do sofrimente,

quando lágrimas abundavam,

contra a maré remávamos

saudade de ti meu amigo, tão belo e confiante,

onde estarás agora? Morreste com nossos sonhos?

Onde estarás, meu doce amante

porque nunca mais ouvi tua voz?

o que fazer do meu pranto,

se não te tenho para me consolar?

tu que eu amei, quando ainda menina,

e mulher me fizeste desesperado,

sentindo a morte que se avizinhava.

Aqui estou eu depois de tantos anos,

sentindo na boca o gosto do último beijo,

sentindo-me viúva porque não te encontro.

Ficou-me nos olhos lágrimas que não secam,

nas mãos o adeus que não posso dar,

na vida o desespero da tragédia,

de não ter teu túmulo para visitar,

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 18/01/2011
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