DIFERENÇAS

Não sei meu pequeno,

o que pensar do teu afeto.

O campo para ti é veneno,

para mim, é meu céu, é meu teto.

Não sei porque ainda nos damos,

se tudo entre nós difere,

tu és raiz, eu, os ramos

quero o contrário do que preferes.

Solidão para mim não existe,

o mundo para mim é o lar,

aquilo que faz triste,

me obriga sempre a cantar.

Minha lente é sempre azul,

a tua de negro se veste.

para mim, não ha norte, nem sul,

tu, estás sempre onde estiveste.

Então meu pequeno, responda sem vacilar:

O que nos une tão fortemente?

Se a vida para mim é mudar,

Para ti, eternamente.

Gosto da noite, das madrugadas,

gostas do sono, da cama macia,

Eu, boêmia inveterada,

Tu amante do dia.

Não meu pequeno, não dá

não dá, não posso, e não quero,

sou pássaro livre a voar,

liberdade é meu nome de guera.

como viver de hoje em diante

com este enígma em meu peito

só quero ser tua amante,

tu queres minha vida e meu leito.

Não poso ser tua somente,

poque ao mundo pertenço,

sou filha do sol nascente,

sou companheira do vento.

Meu barco nunca ancora,

em portos depovoados,

eu vivo apenas o agora,

tu, presente, futuro passado.

Mas, faz-me falta teu amor,

como a água a plantinha,

ver-te assim sofredor,

me entristece e desanima.

que fazer das nossas vidas,

unidas assim sem razão?

te amo com paixão desmedida,

tu, me amas com o coração.

Viste, meu pobre pequeno,

o que a vida nos faz?

pra mim a vida é um aceno,

para ti, é comprida demais.

Eu faço um trato contigo,

mas tens que concordar.

Será sempre meu amigo,

e eu do meu jeitinho,

sempre, sempre vou te amar.

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 18/01/2011
Reeditado em 18/01/2011
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