DIFERENÇAS
Não sei meu pequeno,
o que pensar do teu afeto.
O campo para ti é veneno,
para mim, é meu céu, é meu teto.
Não sei porque ainda nos damos,
se tudo entre nós difere,
tu és raiz, eu, os ramos
quero o contrário do que preferes.
Solidão para mim não existe,
o mundo para mim é o lar,
aquilo que faz triste,
me obriga sempre a cantar.
Minha lente é sempre azul,
a tua de negro se veste.
para mim, não ha norte, nem sul,
tu, estás sempre onde estiveste.
Então meu pequeno, responda sem vacilar:
O que nos une tão fortemente?
Se a vida para mim é mudar,
Para ti, eternamente.
Gosto da noite, das madrugadas,
gostas do sono, da cama macia,
Eu, boêmia inveterada,
Tu amante do dia.
Não meu pequeno, não dá
não dá, não posso, e não quero,
sou pássaro livre a voar,
liberdade é meu nome de guera.
como viver de hoje em diante
com este enígma em meu peito
só quero ser tua amante,
tu queres minha vida e meu leito.
Não poso ser tua somente,
poque ao mundo pertenço,
sou filha do sol nascente,
sou companheira do vento.
Meu barco nunca ancora,
em portos depovoados,
eu vivo apenas o agora,
tu, presente, futuro passado.
Mas, faz-me falta teu amor,
como a água a plantinha,
ver-te assim sofredor,
me entristece e desanima.
que fazer das nossas vidas,
unidas assim sem razão?
te amo com paixão desmedida,
tu, me amas com o coração.
Viste, meu pobre pequeno,
o que a vida nos faz?
pra mim a vida é um aceno,
para ti, é comprida demais.
Eu faço um trato contigo,
mas tens que concordar.
Será sempre meu amigo,
e eu do meu jeitinho,
sempre, sempre vou te amar.