O vazio que a saudade deixa.
Não sei lidar com perdas. Tudo que faço, tudo que gosto, eu me dedico ao extremo. A perda, além do vazio que fica, deixa a saudades. A saudade é um dos sentimentos que mais me incômoda. Ela é amarga. Ela é a prova de que aquilo que sinto falta não voltará pra me deixar bem. Ela vem acompanhada de lágrimas que me afogam na solidão, no escuro da noite, quando penso...
Sinto a sensação de um vazio dentro de mim, de um buraco que me suga pra dentro. É o não entender que me deixa assim. É o não saber o por quê. Prefiro uma verdade que me faça sofrer, do que a eternidade da dúvida.
Sei que estou melhor do que ontem, e pior do que amanhã. E assim vai indo, até que tudo se resolva. O problema é ver tudo se desfazendo, as coisas fugindo, derramando pelas minhas mãos e não poder mudar. O duro é não vivenciar aquilo que me fazia bem novamente. O duro é pensar que nunca mais verei meu reflexo no olhar.
Mas eu não falo nada, nada que seja diretamente. Porque doíria mais, porque o coração bateria mais do que posso agüentar e a ansiedade me consumiria, como de costume ela me faz. Tenho trauma da ansiedade. Ela me causa insônia e o silêncio de uma noite acordada é ensurdecedor.
Abraços me confortam momentaneamente. Mas eu as tenho, e são sinceras, é uma delicia. Elas vão me ajudando a perceber que a estrela não pode se apagar.
Não posso aceitar que certas coisas sumam sem vestígios. Que elas desapareçam por vontade própria, sem um adeus. Só aceito isso quando for da morte. E ainda assim é de se revoltar.
Mas alguém ou algo sumir por escolha própria, deixando-me a pensar o por quê, é demais.
Não suporto coisas inacabadas. Não gosto de histórias sem fim. Gosto de bons motivos pra que eu concorde.
Prefiro o ponto final a as reticências.