Quando eu morrer...
Quando eu morrer, por favor não chorem,
Pensem na libertação do espírito, que deixa o cativeiro do corpo físico;
Pensem na borboleta que enfim ganhou asas à liberdade,
Após arrastar-se pela terra em sofrimento e dor...
Quando eu morrer, lembrem de mim ao olhar
Para a beleza e delicadeza das flores, que tanto amo,
Mas não esqueçam da guerreira que fui,
Defendendo minha própria verdade;
Libertando-me das amarras e imposições...
Quando eu morrer, não chorem,
Ao contrário, lembrem que eu era como o leão
Ostentando força e coragem,
Mesmo diante da aflição.
Para quando eu me for, deixo um pedido
Ouçam minhas músicas preferidas,
Ouçam rock!
Dancem e cantem com as melhores canções...
Também quero que caminhem no meu parque preferido,
Em meio ao verde... deitados sob as árvores e contemplando o céu azul...
E lembrem que eu também estarei lá,
Neste lugar que para mim é um pedacinho do céu.
E passem longas tardes na biblioteca,
Leiam meus autores preferidos; viajem nos livros...
Abram suas mentes e se despojem
De todo preconceito, idéias arcaicas, hipocrisia e dor.
Se sentirem saudades de mim, então assistam meus filmes preferidos,
Pois em cada história há um pedacinho de mim...
Uma frase que me tocou, uma lição que aprendi,
Uma cena de amor que me fez chorar... um sorriso que fez brotar...
E sempre que algo maravilhoso lhes acontecer,
Comemorem com abraços verdadeiros, pizza e bom vinho,
Brindando os melhores momentos; inclusive o da minha libertação.
E por favor, não digam que eu “morri”,
Porque para mim a morte não existe...
Digam apenas que fiz “a grande viagem de retorno...”
Que parti... que me libertei da ilusão...
Pois a morte física é apenas transformação.
Quando eu partir, não quero lágrimas, nem tristeza
Mas quero orações, quero música e poesia.
Quero que caminhem descalços na areia da praia, molhando os pés no mar...
Quero que sintam o vento de encontro aos seus rostos,
Quero que apreciem o calor do sol tocando suas peles,
Quero que observem a gaivota a voar.
Eu serei como essa gaivota, que de cima tudo vê;
E serei como a chuva, que toca a todos e abençoa,
E serei como a sutil música do vento...
Eu serei como um anjo invisível a lhes guiar...
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Mas enquanto estou por aqui – e peço a Deus muita vida! –
Desejo que estejam comigo a cada instante,
De alma e coração sempre presentes,
E nos amando incondicionalmente,
Eu e estes dois seres tão queridos, que são parte de mim.
Por vocês meus dias são mais felizes,
E tudo sempre vale a pena!,
Pois vocês me ensinam o amor na forma mais sublime...
E com vocês descubro a alegria e a vida plena.
* Para meu amado esposo, companheiro de jornada; e para nosso filho, fruto desse amor. (16.01.11)