Aliança

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Na segurança do meu quarto,

Sacramentada no céu,

Uma Aliança.

Lembranças sempre vivas

De todas as cores, aromas e sabores

Desfilam para mim, ora em fila indiana...

Ora em multidão indisciplinada!!!...

Na Capadócia, esquivei-me de entrar em uma de suas cidades subterrâneas.

Fiquei do lado de fora,

Olhando o artesanato das barracas turcas e os camelos com seus donos...

Senti falta de ar, só de olhar os que entravam!!!...

Roma mandou dizer que César não existe mais.

É preciso dar o que se deve a quem de direito,

Como se dava o tributo a César!

Com direito ou sem direito,

Ainda não me dei uma visita a Roma.

Trieste, sim.

Veneza, sim.

Cortina d´Ampezzo, sim.

Eu pensei que ia ser fácil voltar a Veneza!...

Tantas ruas de água!...

Como deve ser – ser criança em Veneza?...

Penso no cuidado que os adultos devem ter com as crianças,

Para que não caiam de alguma daquelas janelas, pois não encontrariam chão...

Ou não saiam à rua, numa hora sem vigilância e sem gôndolas,

Para que sua infância não seja inundada...

Devo estar me preocupando à toa.

Nunca ouvi falar em afogamento de criança em Veneza!

Em nossas piscinas, sim!

Faz tempo, de volta ao Brasil,

Júlia gostou do colar de mosaicos coloridos

Que comprei em uma das lojas,

Numa rua estreita e movimentada de Veneza!...

Ofereci-lhe, de presente.

Pensei que de outra vez que voltasse lá,

Compraria outro.

Nunca mais voltei!...

Conservo o colar de coral,

Muito mais do meu gosto,

Que adquiri em Trieste.

O colar de mosaicos não me faz falta.

A falta de realidade, sim!

Se espremo lembranças, sai poesia...

Mas nem preciso espremer nada,

Se o Espírito me guia!...

O que é de Deus, permanece.

O que não é, desvanece...

A Poesia é de Deus.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 16/01/2011
Código do texto: T2732685