Desconheço o sabor dos teus beijos
Não sei se são doces ou amaros
E como serão teus abraços?
Acolhedores ou sufocantes?
Como será tua prosa?
Envolvente ou irritante?
Será que faz amor, com amor?
Transa apenas pelo prazer instantâneo,
Ou mantém relações sexuais num laboratório esterilizado?
Com o que será que você sonha?
Com mundos melhores ou com catástrofes?
Ou será que também já perdeu a capacidade de sonhar?
Tudo é aparentemente tão belo e tão exato!
Mas, além de perfeições não me interessarem,
Aparências são apenas embalagens
E tudo depende de quem faz o embrulho
Pode ser de jornal velho, pode ser de papel multicolorido...
Seja do que for, rasgo a embalagem sem dar atenção a ela
O que haverá de concreto dentro desta caixa?
Qual será o conteúdo que a embalagem resguarda?
Alguns pacotes jamais devem ser abertos
Outros rapidamente e outros talvez,
Apenas talvez...
É preciso sabedoria para decidir
E penso e repenso onde obtê-la?