A felicidade não se compra num free shop
Ela desmembrava-se, aos pedaços, na lajota fria e marron. Chorava o desencanto, desesperadamente, desenfreada na culpa de valores desiguais. E logo devolveu-se à dor. A felicidade não se compra num free shop. Secou a vazante água salgada e voltou enferma, buscando um canto pra se apoiar, uma pergunta, um abraço calado, ou a extinta presença do amor. Ele entrou, assobiou, perguntou um quê qualquer e saiu. Tão vago quanto ausente, tão distante quanto indiferente. Era a rotina corrosiva que amargurava o que fora belo - verdadeiro, ou um simples sinal do início de um fim? Por um segundo, atreveu-se a querer um motivo mais a derramar, mas atirou-se longe, antes que o egoísmo lhe tocasse o coração.