UM AMOR TODO RUBRO...


Ela era capaz de conversar com uma rosa...

mesmo que ela nem fosse tão formosa,

porque na sua vida lhe interessava mais

viver, do que apreciar a mais magnificente

rosa, já que nem estava interessada só no

brilho e no desatar da beleza...efêmera.

Quando ela falava eu sempre prestava

muita atenção,

porque hoje seus lábios rubros não se

moviam para uma linda rosa, pois

deixava que seus lábios

fossem apenas expressando seus

sentimentos,

e nela eu sentia como ela era ela mesma

ao me dizer...adoro você...vem que eu

quero te dar um beijo bem gostoso.

Sem contrariá-la dava-lhe um beijo

carinhoso... mas ela logo se mexia toda... e

me mordia, e eu nunca sabia ao certo onde

iria morder.

Talvez mordesse minha orelha...que não

sei por que ela adorava dentear,

mas sempre de leve...porque sabia se

controlar.

Hum...ainda bem que se controlava !

Eu? Ah...eu nao conseguia não...mordia

mais fortezinho...rsrs.

Nisso um trovão tremendo...sacode tudo,

e o apto treme

tudo treme...ela também treme com o susto

e como ela treme eu tremo junto, porque

no amor onde treme um podem tremer os dois.

Nosso amor que ia muito bem...logo se

atrapalha todo...e o assunto vira temporais,

chuvas megalópicas,chuvas

internacionais, até finalmente desembocar

no urdimento globalizante...em suas áreas

de risco...depois a miséria humana...depois

que os seres humanos nao respeitam a

natureza...e que derrubam tudo e depois

são sumariamente derrubados como cartas

empilhadas que caem de uma só vez uma

sobre a outra...sem aquele mitigar de uma

palavra que possa sustentar as

inviabilidades municipais...

Nisso...eu olho no relógio...quase que

automaticamente...e constato que

estávamos conversando a mais de duas

horas...e ela está atrasada, pois tem de ir

para a faculdade.

Incrível isso...!!! Tudo por causa de um

troante trovão.

Claro que a culpa é do trovão...porque

afinal temos sempre que encontrar um

bode expiatório.

Ela pegou a bolsa e saiu ventando...

estava muito atrasada para seu pós.

E lá se foi a minha linda lábios rubros....

balançando seus livros...E no elevador

acontecia nosso último beijo.

Hum....esses trovões...

Hum...esses lábios rubros !

Que bons que são !!!


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Autor: Cássio Seagull

Prosa poética...em 12-01-11 às 20h SP

Lua crescente (1ºdia)-fortes chuvas-29º

Beijos e abraços para voce...boa quinta.

cseagull2@hotmail.com

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