O Coração Tem Mais e Menos Segredos

De toda a minha sapiência

Da linha que corta e cruza meu destino

Três copos, dois, uma taça de vinho

Na mente, bagunças hipócritas, misturadas e tal;

Ando em silêncio, mensagens de copo, um jornal

Alimentando a vil alma quente de figo em compota

Estou na lona gastando a lorota, entre o sim e o nada

Mil vezes estive jantando

As mesmas tolices que despejo em ilhotas órfãs e putrescentes

Meus âmagos convexos a rasgar lamúrias de esquinas;

Nada como esse marulhar obscuro das nuvens esparsas

São tão falsas que não lhe ocorrem temor; jaz uma dor;

O peito desaperta a porca que o siso torce

Na espuma duma manhã incólume, cetros e botequins

Esperança na tábua de crimes gerais, seus rituais

Trituram os dentes, as mentiras com pina colada

Massacram mais ou menos o porvir da intromissão

Cangalhos fracos tais meus dedos, tão tortos de desilusão;

Sapeca ao fogo, lâminas cegas e estraçalhadas

Nega ao paladar, o gosto ácido do excremento coalescente.

Entre linhas e serpentes, o coração é o que mais arfa e é o que menos garfa.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 24/10/2006
Reeditado em 06/08/2008
Código do texto: T272528
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