Enredos da vida
Caminho de pedras, contorcidas folhas mortas ao chão.
Putrefação! Arremeço à loucura da dor,
da ferida exposta ensaiando o tormento de infeccionar.


O que houve com o ar que deveria salvar e justificar tal loucura?

Vida enredada em rendas: _ singulares plurais,
tecidas em quintais de aranhas peçonhentas
que desapontam o destino, vestindo-se de fadas,
mas, ficam guardadas entre as rendas que secam à corda
e puem os nos, aferindo ao veneno letárgico,
caminhos em desenvolução!

_Os escritos? Os escribas impregnaram na impressão
o negro manto que história alguma mostrou,
tão pouco atinou à involução de um cenário,
arquétipo imaginário das teias das aranhas que
amontoadas, enredam as vidas dos que querem viver a paz.
Simbolicamente, são as mães malvadas, 
elas também o sabem ser.

São humanas em alma de aranhas que
fio por fio, deixam seu visgo do ventre até o repente crescer,
e agirem seus rebentos, como moscas, presas fáceis
vida a fora. Tristes sem saber de quê nasceram;_ sabem é que vivem irrustidos em corpo humano
e alma de aranha que engana seu padecer.


Edna Fialho



** Nesse texto, o arquétipo materno é exposto; não como algo "santificado" porque muitas mães, já maculam no ventre as vidas que geram. A maternidade é uma coisa, ser mãe é outra, há ai, uma grande diferença, e nem toda mãe é tão boazinha, muito embora, tenha sempre se conferido, o sublime dom da maternidade. Aranhas, psicologicamente, representam as mães más e devoradoras dos egos de seus filhos, e creiam, conheci algumas dezenas delas pela vida a fora. A elas o meu grito de horror através da poesia **.
edna fialho
Enviado por edna fialho em 12/01/2011
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T2724840
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