ERILEIDE RAINHA E ROSA
Os poetas sobrevivem por alguma razão. Às vezes não comem e não dormem: passam o dia sonhando acordados e fazendo poesias, com a facilidade que as mulheres têm de fazer bordados. Se olharmos os campos percebemos que algumas ervas não precisam ser cultivadas para existirem. Muitas delas são daninhas e para nada servem a não ser para serem daninhas mesmo. As ervas daninhas sobrevivem por alguma razão. Talvez para diferenciar o que é bom ou mau, para valorizarmos as medicinais e as flores. Agora chegamos a um ponto de concordância poética: as flores. Com uma análise ousada, posso garantir que as mulheres são flores. Algumas deixam de ser insignificantes e tornam-se rainhas; são as “Rainhas Rosas”. Assim como as flores, as mulheres têm grande importância na vida dos poetas. Vejam as flores: elas nascem, crescem e enfeitam o mundo, mas não se colhem a si mesmas, não se dão de presente para alguém por conta própria e não se elogiam ou poetizam-se. Será preciso que alguém as admire, elogiem e poetizem. Alguém virá a corar seus galhos e colhê-las do pé que nasceram. De nada adiantará toda a beleza que elas possuem, sem um bom admirador. Alguns admiradores são os poetas, que tem todo o trabalho de descrevê-las em versos, com o uso do coração, da razão e de um papel velho com uma pena na mão. É preciso que alguém faça o serviço. Assim são as mulheres, que não se dão por conta própria, não vivem para elogiar a si mesmas, ainda que o façam. Cabe a nós imortaliza-las em um verso, já que o céu é muito distante e as estrelas, em parte, não existem mais, ou são anjos em forma de mulher, que às vezes tornam-se rosas vermelhas do amor, para depois virarem rainhas e rosas. Eu que tenho a graça de conhecer uma rainha rosa, pude expressar nessas poucas linhas a reflexão poética de que as mulheres, as rosas e as poesias são comuns ao punho do bom poeta. Aliás, faltando palavras faladas ou escritas para veículo da emoção, as poesias transformam-se mesmo em rosas, vermelhas, que são oferecidas com amor, ao amor e por amor. Para algumas mulheres, poesias são joias, vestidos caros, um bom uísque ou uma Valsa em baile de formatura. Para as mais sensíveis, as rainhas, as poesias e o amor dedicado, puro, simples e sincero não são mais que belas rosas vermelhas, colhidas numa noite qualquer de lua cheia, por uma mão de um poeta que ama, sem fronteiras, num jardim onde ninguém ainda morreu de amor, mas onde uma poesia nasceu de paixão, uma mulher, rosa e rainha daquele coração pôde receber uma rosa, ela mesma, vermelha e apaixonada, que mais tarde serviria de poesia, cujo sinônimo era amor, mas que preferiu o poeta escritor, a dizer simplesmente, ERILEIDE, A RAINHA ROSA.
AUTOR: DAMIÃO ARAÚJO
PARA: ERILEIDE, COM TODAS AS ROSAS QUE MERECE.