Não me detenham...
Quando escrevo nunca sei onde chegar...
percebo pontos,
não me importo,
não paro...
ultrapasso os três pontos para continuar
sem deixar escapar o campo dos girassóis...
Não adianta apertar os dedos
tentar segurar palavras,
elas são livres como eu
não são escravas nem tem portões ...
pouco importando a lama ou os porões ...
E jorram excessos ,excedem em sonhos
nos rascunhos ou em poemas
refletindo nos espaços vazios
neste que não tem donos
ausentes de qualquer olhar...
Incansável, sempre a algo procurar
mesmo as vezes a me enganar
sem descansar nas pausas
simplesmente me deixo jorrar
sendo cópia ou imitação...
A perfeição, o original
só encontramos no silêncio
portanto, melhor aqui parar
colocar o real ponto final
silenciar e pensar.
24/10/06