Lidar com a morte tão iminente rondando aquela a quem tanto amo vem sendo um fato para o qual jamais me preparei.
Todo meu lar ruiu por estes momentos que nos foram eternos, porém os alicerces do meu castelo são sólidos; os construí lenta e amorosamente com o aço do meu coração e a liga da minha alma.
Impossível ignorar as rachaduras nas paredes da minha esperança.
Ranhuras ainda sangram e sangrarão a minha alma pelo muito que ainda virá sobre tudo isto.
Cantei sem nenhuma música uma letra desconhecida e dolorosa.
Sonhei com todas as possibilidades do que é inexistente.
Quis aquilo que a mim jamais foi destinado e quis tão profundamente que me perdi do meu senso de ridículo próprio.
Não posso negar para mim a mágoa que me envolveu e não sei quando ou se me livrarei dela.
Não é o primeiro terremoto pelo qual passo, mas cada um deles causaram seus estragos próprios.
Lamento pelo que perdi de bom, lamento pelo que adquiri de ruim, é eu lamento sim!
Não é fácil e nem será simples retocar, maquiar cicatrizes permanentes, mas de tudo é o que me resta a fazer, e o farei com o aço do meu coração e a liga da minha alma.
 
(Um dia a gente escorrega e acaba entregando o que queria guardar a sete mil chaves; eis-me no meu tombo).