"Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida...eu sei que vou te amar..."
Quando eu te amei, não pensei ser por toda a minha vida, pensei ter sido arroubo apaixonado de adolescente, inconsequências sem conseguências, intespetividades da juventude, revoltas contra o mundo e todo mundo..., depois do rompimento, que não consigo saber qual o motivo, travou em trauma profundo a minha mente, e, por isso, pelo motivo que não me quer mostrar a mente, continuo loucamente apaixonada.
Passaram os anos e pelo menos uma vez em cada dia pensei em você, um martírio por não poder voltar os passos e reatar os laços, chorei, como chorei, vi nos meus pés, poças d'água que refletiam tua imagem e a cada visão mais meu peito se orpimia e mais o meu amor crescia, numa ascendência na proporção que minha idade avançava, e como reagir a isso? me perguntava pelo menos uma vez ao dia.
 E os dias foram passando entre sóis e luas, luas e sóis; invernos e verões eram versões diferentes para meus delíros; primaveras e outonos eram cheiros e sabores recordados, e os dias assim, entre sóis e luas, iam velozes rumo ao desconhecido futuro.
Prisioneira e muda dos meus sentimentos, embrutecia meus sentidos, o medo de romper as glândulas da saliva era mais que o medo de rachar o coração ao meio, e foi isso que aconteceu, em dois ele caminhou a passos lerdos, desviando o olhar do relógio, porque este não tinha tic-tacs lentos, eram precisos e definidos, cada mudança de segundo era como se cantasse em rítimo-tempo compassado,"o tempo não espera, o tempo espera, o tempo não espera, o tempo espera..." e me confundia a mente sem confundir meus desejos e tinha medo dos tic-tacs como tinha medo do espelho, a idade avançava, as rugas chegavam e como você esta? pensa em mim como penso em você? teria um dia estas respostas?...o tempo não espera...o tempo espera...
O tempo...o sol ardia e eu me refazia nele, a lua brilhava e eu sonhava...nos invernos, hibernava na minha saudade, nos verões refrescava na água fria, nos outonos comia a maçã querendo comer você e nas primaveras evitava os jardins.
Os anos assim passaram, ainda vão passar alguns, e eu..."sei que vou te amar por toda a minha vida...e cada verso meu será pra te dizer, eu sei que vou te amar por toda a minha vida..." se continuo chorando? com o tempo e tic-tacs, foi se abrandando nos versos que escrevo todos os dias, te amando.
Se destas palavras, saiu um desabafo em forma de um conto que não se aumenta um ponto, no presente tão presente do indicativo; uma crônica disfarçada pela pele de outra pessoa para uma página de jornal; um texto sem definição para ficar guardado, não sei, importa que cada verso meu será para te dizer, eu sei que vou te amar por toda a minha vida!
 
 
Novembro2010