Tardes Vermelhas
(Reeditado)
Gostava tanto da cor vermelha.
Do vermelho dos fins de tarde, das flores que desabrocham vermelhas no inverno.
Do vermelho que tem o sabor do chá de flores e frutas cítricas com canela, contrastando na xícara branca.
O inverno, por si só, já tinha um matiz avermelhado.
O mesmo que torna as coisas quentes.
O tom de vermelho vivo que se acende e ascende às grandes paixões.
Caminhava. Entrando no entardecer seguia, acompanhando a costa sul. Aguardava com excitação o momento em que as nuvens ganhariam um tom rosáceo de fim de tarde.
Só então parava para olhar o céu, na fusão quase mística de dia se convertendo em noite bem defronte de seus olhos que se enchiam de brilho e sua alma de paz.
Simplesmente contemplava o oceano.
N´algumas vezes era demasiado calmo, noutras bravio. Em ambas com a inconstância de algo que nunca para. Nem mesmo para se admirado.
Absorvia a magia do dia se transformando.
Captava os sons que a penumbra arrastava consigo.
Guardava as impressões para servirem de alento, quando se fosse o verão e, fossem chegados os tristes dias de inverno onde o azul se perderia em cinza.
Então se voltava, e caminhava.
Olhos serenados, seguia.
(...) em paz para casa.
***Imagens google***