Amorosas
Elas que nascem timidamente em cada canteiro e esquina, gotejam seus frutos sangrentos sobre o chão. Pisadas ou colhidas por passantes em distração, tingem muitos lábios de rubra. São timidas e verdes enquanto crescem, preferem amadurecer à luz do entardecer, pra surtirem seu sabor de vida boa. Doce ou azedas, rosam sorrisos como se quisessem deixar verstígios de amor. Adoçam memórias, refrescam momentos, parecem sentir um amor incondicional pela condição humana, assim que não param de crescer e espalhar seus frutos pela terra das florestas, bosques e pelo asfalto das ruas onde crescem. Seus filhos sofrem em silêncio quando massacrados no chão, levam seu sangue nos pés alheios, deixam marcas em chão claro, expressando a tristeza por tamanha ingratidão.