Outono solitário de um homem
Ele vestia uma calça frouxa, cor de palha, uma camisa verde escura, estampada com folhas cor de terra. Usava um boné amarelo reluzente e calçava gastas sandálias havaianas pretas.
Era final de outono.
O homem tirou do bolso largo da calça um caderno velho e enrolado e começou a rabiscar algo assim:
“estou cansado
de amores imperfeitos,
pessoas indiferentes
e amigos flutuantes
que ora dizem não
e ora falam sim
pessoas que mentem
ingratidões disfarçadas
máscaras e fantasias,
conversas dissimuladas
e almas vazias”
Permaneceu lá mais um pouco. O sol abraçou o mar de final de tarde e ele olhou o céu de outono, com um jeito que sempre quis, demoradamente. Um canto forte de cigarras pousadas em uma amendoeira ensurdeceu o ar. Anoiteceu e ele foi embora, calmamente feliz.
Destacou a folha do caderno e o bilhete, sob uma pedra ficou lá, no banco do jardim.
Ele vestia uma calça frouxa, cor de palha, uma camisa verde escura, estampada com folhas cor de terra. Usava um boné amarelo reluzente e calçava gastas sandálias havaianas pretas.
Era final de outono.
O homem tirou do bolso largo da calça um caderno velho e enrolado e começou a rabiscar algo assim:
“estou cansado
de amores imperfeitos,
pessoas indiferentes
e amigos flutuantes
que ora dizem não
e ora falam sim
pessoas que mentem
ingratidões disfarçadas
máscaras e fantasias,
conversas dissimuladas
e almas vazias”
Permaneceu lá mais um pouco. O sol abraçou o mar de final de tarde e ele olhou o céu de outono, com um jeito que sempre quis, demoradamente. Um canto forte de cigarras pousadas em uma amendoeira ensurdeceu o ar. Anoiteceu e ele foi embora, calmamente feliz.
Destacou a folha do caderno e o bilhete, sob uma pedra ficou lá, no banco do jardim.