caixa vazia
Abre a caixa vazia
desempacota vento,
pedaços de nada,
plástico bolha de quases
e não mais.
Dentro da caixa vazia
há um bocado bom de ausência,
retalhos de pouco,
isopores de amnésias
e nunca mais
Nos cantos da caixa vazia
teias de aranha de não há,
farelos de não foi,
poeiras de nunca
e nem mais
E por debaixo da caixa vazia
pacote de dores,
hermeticamente fechado,
lacraia de memórias
não.