pintura/Lilian Reinhardt
s/título/ano 95
acrílica s/papel prensado na madeira
Objeto não Identificado
(liricas de um Evangelho Insano)
Para lembrar...
que um poema pode
estar batendo à sua porta agora
e que esta noite poderá estar em algum outro lugar
e que talvez também agora esteja
caminhando perdido atravessando a linha férrea ou
numa praça ou num beco deserto
ou que de um deserto de cristal ou de papel
esteja te olhando sutilmente
através do fragmento de uma estrela
ou de um olho de um telescópio da Nasa
mas com certeza te observa da poeira cósmica que não vês
ou está sendo carregado sob a sola dos teus sapatos
ou está sendo esmagado como uma formiga de acasos
(embora Borges diga que toda formiga é única no plano curioso do Universo)
Tudo é possível
atrás da vidraça
atrás das lentes de contato
debaixo da lágrima da chuva
na pintura do breu da noite
no bueiro onde os meninos brincam
de craques da morte,
sob os degraus da escada de Jericó
as marcas indeléveis de quem pode
ainda agora cruzar o mar Vermelho
e desativar o último míssil
aterrisar num campo de fome da África
com carregamentos de alimentos
escorregar no tapete da casa rosada
negra ou branca como a mosca de Córtazar
e borrar as iscas de guerra e selar a da boa vontade
Para lembrar que ainda há pouco foi libertado por exame de inocencia de DNA
quem dormiu inocente trinta anos na penitenciária
Mas,não pense em ultrapassar hoje o cordão de isolamento
- Aplausos ao presidente
- Carlitos continua chutando a bola do mundo
aos cegos que só conhecem a luz de fora!
Eu só queria escrever nas asas das borboletas
e responder aos teus recados...
fora dessa cidade nuclear
no coração deste Ser teu objeto não identificado!
s/título/ano 95
acrílica s/papel prensado na madeira
Objeto não Identificado
(liricas de um Evangelho Insano)
Para lembrar...
que um poema pode
estar batendo à sua porta agora
e que esta noite poderá estar em algum outro lugar
e que talvez também agora esteja
caminhando perdido atravessando a linha férrea ou
numa praça ou num beco deserto
ou que de um deserto de cristal ou de papel
esteja te olhando sutilmente
através do fragmento de uma estrela
ou de um olho de um telescópio da Nasa
mas com certeza te observa da poeira cósmica que não vês
ou está sendo carregado sob a sola dos teus sapatos
ou está sendo esmagado como uma formiga de acasos
(embora Borges diga que toda formiga é única no plano curioso do Universo)
Tudo é possível
atrás da vidraça
atrás das lentes de contato
debaixo da lágrima da chuva
na pintura do breu da noite
no bueiro onde os meninos brincam
de craques da morte,
sob os degraus da escada de Jericó
as marcas indeléveis de quem pode
ainda agora cruzar o mar Vermelho
e desativar o último míssil
aterrisar num campo de fome da África
com carregamentos de alimentos
escorregar no tapete da casa rosada
negra ou branca como a mosca de Córtazar
e borrar as iscas de guerra e selar a da boa vontade
Para lembrar que ainda há pouco foi libertado por exame de inocencia de DNA
quem dormiu inocente trinta anos na penitenciária
Mas,não pense em ultrapassar hoje o cordão de isolamento
- Aplausos ao presidente
- Carlitos continua chutando a bola do mundo
aos cegos que só conhecem a luz de fora!
Eu só queria escrever nas asas das borboletas
e responder aos teus recados...
fora dessa cidade nuclear
no coração deste Ser teu objeto não identificado!