Estrada que é a vida
Tenho andado sem andar por essa estrada chamada vida. Perdendo rumos, alcançando, porém, novas metas, perdendo-as, entretanto, logo em seguida. Alvoroçado, desguarnecido, despreparado e empobrecido.
Empobrecido apenas pelo impudico amor, ou pela relutância deste em aparecer. Não diria falta de nascer no coração de um pobre e solitário poeta apaixonado pelos prazeres da vida, mas, pela falta de permanecer lá.
Pela falta que faz. Pela falta que fez. Galhos e abrolhos, espinhos sem rosas. Uma vida, uma jornada sem destino. Que falta que me faz lembrar da existência do sentimento mais puro já criado até hoje pelas poeiras das estrelas que nos trouxeram aqui.
Tenho andado, tenho tentado andar. Tenho um rumo, um caminho. Mas, apenas um é muito pouco para alguém tão necessitado de andar. Necessitado de pensar. Necessitado de amar.
Por que abandonaste-me e deixaste-me na solidão? Agora, não tenha a petulância de me afastar dela, pois, só abandonarei minha solidão, coisa que tenho me apegado há muito, em troca de algo realmente melhor.
No mais, leia as entrelinhas. As entrelinhas da estrada que forma o caminho chamado escolha. A estrada que é a vida.