O SOL, O POETA E O POMBO

Num dia de sol assim não se deve pensar demais,

num dia de sol assim sinto que Deus existe,

e vejo a incoerência de ser triste,

sacudo de mim a tristeza, afasto a guerra

canto um hino de paz.

Num dia assim, deve-se fazer amigos eternos

que nos tragam o gosto da primavera,

numa taça de cristal

Olho o dia do alto da minha janela,

namoro a doce atmosfera que me invade,

e noto o pombo, sorvendo o mesmo ar embevecido

ele me percebe, nossos olhos se encontram,

eu lhe pergunto: Merecemos esse presente?

Ele inclina a cabeça e é como se respondesse:

mereço, porque inocente, você porque poeta.

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 31/12/2010
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