Girassóis

Ontem eu quase pude ouvir, o som da sua voz rouca me dizendo tudo aquilo que jamais poderei esquecer.

Demorei muito tempo mais voltei aquele lugar. sem mochilas , sem bagagens...

Era o mesmo cenário, calmo e de uma ventania fora do comum...

Eu vi suas pegadas no chão, ouvi seu sussurro e mergulhei nas recordaçoes.

Aquela musica brega tocando ao fundo, a nossa musica.

Embalada na melodia caminhei por aquelas ruas, cumprimentei uma meia dúzia de rostos.

Entrei nos velhos bares, pedi a mesma bebida,

Caminhei pelas calçadas assoviando as mesmas canções.

Passeei pelo bosque, passei meu dedos pelo coração fincado no tronco velho da laranjeira.

Voltei a dias passados, historias sem fim, ponto final de ninguém.

Então matei meu príncipe encantado, senti na boca aquele gosto amargo.

O mesmo gosto que sentia ao te beijar, amor gigante de pernas longas que podia correr o mudo sem sair do lugar.

Tirei meus sapatos, pisei na grama , abracei a velha arvore e aquele coração.

Foi como te abraçar, foi como dizer adeus enfim!

Fiquei ali, por um tempo que não posso calcular...

Passei em frente a sua casa, a mesma casa que foi minha por concessão.

Seu quarto já foi meu, era minha a vista daquela janela.

Parei em frente em seu portão e me senti vazia, não ouvi mais a sua voz,

Não havia gargalhadas noturnas, mais ainda havia flores.

De volta a rodoviária dei adeus as minhas lembranças,e ao seu sorriso de dentes pequenos.

enterrei meu príncipe junto com meu coração, abaixo de uma laranjeira.

E mesmo que esteja agora do outro lado do mundo, achei que gostaria de saber que sim,

Ainda há girassóis em seu jardim!

Layla Sabongi
Enviado por Layla Sabongi em 29/12/2010
Reeditado em 12/01/2011
Código do texto: T2698421
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