SENSIBILIDADE

De onde vem tanta sensibilidade?

Se amo o próprio amor fere tamanha intensidade.

Odiar não sei, nem a quem deveria.

Até um por do sol me faz chorar emocinada...

Sofro com a dor do meu irmão.

Se encontro alguém sofrendo na minha estrada,

é um penar a mais no coração.

Não sinto o mundo como meu lar

o odiaria se odiar soubesse.

o mundo que sonhei não existe,

neste apenas me viro porque é preciso.

Peço a morte a Deus que me deu a vida,

deixo-lhe ver meu desengano numa prece.

Ele que tudo ouve e vê,

por certo sorri da minha ingenuidade.

Mas sendo pai, eu me faço criança,

deixando-lhe ver minha verdade,

gritando minha esperança.

Quase posso vê-lo a sorrir

como se medissesse: Siga tua estrada, sê fote! Persevera!

Para isto nascestes: Cantar no inverno cantigas de primavera!

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 28/12/2010
Reeditado em 28/12/2010
Código do texto: T2695829
Classificação de conteúdo: seguro