Nunca sem me despedir

Vou morrer, sei que vou morrer

Ainda que não queira

Vou morrer

Daqui nada levarei

Nem sequer meus dedos

Quanto mais o anéis

Que desdita ter que ir

Assim

Sem de alguns me despedir

Tento negociar

Proponho trocas, barganho

Chego até a trapacear

O espectro da Morte

Implacável

Diz não

Caveira feia

Desengonçada

Não tem mesmo coração

Só me resta admitir o fato

E com a fadada Morte

Firmar um trato

De morrer,

Somente depois de arrumados

As gavetas e o quarto

Dos meus me despedido

E ao meu amor enviado

Flores, saudades

E um forte abraço apertado

Leda Costa

LedaACosta
Enviado por LedaACosta em 22/12/2010
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