Nunca sem me despedir
Vou morrer, sei que vou morrer
Ainda que não queira
Vou morrer
Daqui nada levarei
Nem sequer meus dedos
Quanto mais o anéis
Que desdita ter que ir
Assim
Sem de alguns me despedir
Tento negociar
Proponho trocas, barganho
Chego até a trapacear
O espectro da Morte
Implacável
Diz não
Caveira feia
Desengonçada
Não tem mesmo coração
Só me resta admitir o fato
E com a fadada Morte
Firmar um trato
De morrer,
Somente depois de arrumados
As gavetas e o quarto
Dos meus me despedido
E ao meu amor enviado
Flores, saudades
E um forte abraço apertado
Leda Costa