SINFONIA CÓSMICA – O CANTO DAS ESTRELAS
SINFONIA CÓSMICA – O CANTO DAS ESTRELAS
Bosco Esmeraldo
Desce lentamente Sol ao seu leito, não sem antes pintar mais um belo crepúsculo na tela do horizonte. A cada dia este astro se supera, pois jamais repete o mesmo quadro. Recolhe-se muito a lamentar a desventura de nunca poder ver ou participar do espetáculo preste a acontecer. A noite, a princípio acanhada aos poucos se agiganta, envolvendo e tomando forças, à medida que as trevas se densificam. Enquanto isso, nossos astros vão chegando e tomando o seu lugar, cada um conforme o seu naipe.
Estrelas de oitava e sétima grandezas formam a ala dos sopranos. As de sexta e quinta compõem os contraltos. Aqui reside a frustração solar, visto ser o Sol uma estrela de quinta grandeza e a ele, a Mãe Natureza impôs a brilhante missão de reinar sobre o dia. Agora é a vez das de quarta e terça a formar a ala dos tenores e barítonos. Por último, na camada mais distante do Universo, vêm as de segunda e primeira grandeza, compondo o último naipe do Grande Coral. Ainda bem que é assim, senão estas roubariam toda a cena, visto que a nenhuma mais veríamos. Os planetas e seus satélites naturais compõem conosco a platéia que ansiosa aguarda a execução do mais belo espetáculo.
Começa o tão esperado. A plena lua nova, Selene, o nosso satélite, ou se preferi, a Lua, protegida pela Terra, não se sente ofuscada pelo Sol e nem obrigada a refletir sua luz. Assim pode desfrutar de cada detalhe do espetáculo que acaba de começar.
O Senhor Deus é o Maestro da Sinfônica Celeste. A peça, intitulada SINFONIA CÓSMICA – O CANTO DAS ESTRELAS, é o espetáculo jamais visto. Só aquele que tem a alma poética ou algum apaixonado consegue ver, ouvir e desfrutar.
Ao toque de Sua batuta, o Maestro começa a execução sinfônica. É uma rapsódia. Começa num andante moderato que aos pouco migra para andante, depois um gracioso minueto, terminando em um rondó bem festivo.
Estrelas cadentes executam lindos e luminosos glissandi. A percussão ficou a cargos dos quasares tendo os sons um pouco atenuados pelos invejosos buracos negros, que, além de tentar absorvê-los, emitiam frequências altíssimas, dando um colorido sem igual.
O espetáculo está chegando as seus acordes finais. O passaredo, agita suas asas em aquecimento e soltam os seus chilreados, trinados numa atitude de aprovação. Do alto da amoreira a pomba arrulha. Zurros, balidos, rugidos, mungidos, coaxares, silvos e cricrilares entres muitos outros sonidos audíveis ou não, percussivos farfalhares de asas e palmas dão sinal de total aprovação de um merecido reconhecimento, pela bela performance que termina desse modo, magistralmente com o romper da aurora e de um luminoso “BRAVO!” do nosso Astro Rei, Sua Majestade, o SOL, que assistira tudo do seu leito real e agora desperta para mais um novo e brilhante dia.
"Este é o dia que fez o SENHOR; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele (Salmos 118:24)". "Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres (Salmos 126:3)"!
Obrigado Deus, por podermos desfrutar a cada dia um novo e belo espetáculo!