Lembranças.
Lembro-me de cada gesto, impressão, movimento daquele domingo;
Lembro da tua imagem atrás do vidro da livraria e como minuciosamente revirava a estante procurando um livro interessante que pudesse saciar a sua ânsia por sabedoria;
Recordo exatamente as ondas vibrando e propagando o som de suas palavras e qualquer outra coisa pronunciada por outrem que não me interessava o bastante;
Revivo na memória o jogo perdido, as risadas, os pedidos, recusas, imagens, pensamentos, cheiros, sabores, sensações e o humanizado divino gosto do teu beijo naquela noite.
O gosto: fúnebre deixado por amores perdidos;
Gosto: machista de “mais uma conquista”;
Indescritível volúpia;
Um gosto de gotas de chocolate.
Tudo como se fosse ontem e ali?
Tudo como se fosse agora e aqui!
Embora. Boa hora.
A praia, a loja de conveniência, o cinema, a varanda, as pessoas e as noites estreladas...
Duais, eternas, suspeitas.
A poesia, as músicas, brigas, insensatez, carícias, sonhos e
Perfeitos momentos: que
Permanecem em...
*se ao final do texto restar qualquer dúvida, releia apenas o título.
Ad eternum.