Lembranças.

Lembro-me de cada gesto, impressão, movimento daquele domingo;

Lembro da tua imagem atrás do vidro da livraria e como minuciosamente revirava a estante procurando um livro interessante que pudesse saciar a sua ânsia por sabedoria;

Recordo exatamente as ondas vibrando e propagando o som de suas palavras e qualquer outra coisa pronunciada por outrem que não me interessava o bastante;

Revivo na memória o jogo perdido, as risadas, os pedidos, recusas, imagens, pensamentos, cheiros, sabores, sensações e o humanizado divino gosto do teu beijo naquela noite.

O gosto: fúnebre deixado por amores perdidos;

Gosto: machista de “mais uma conquista”;

Indescritível volúpia;

Um gosto de gotas de chocolate.

Tudo como se fosse ontem e ali?

Tudo como se fosse agora e aqui!

Embora. Boa hora.

A praia, a loja de conveniência, o cinema, a varanda, as pessoas e as noites estreladas...

Duais, eternas, suspeitas.

A poesia, as músicas, brigas, insensatez, carícias, sonhos e

Perfeitos momentos: que

Permanecem em...

*se ao final do texto restar qualquer dúvida, releia apenas o título.

Ad eternum.

Filho de Pandora
Enviado por Filho de Pandora em 21/12/2010
Código do texto: T2685011
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