De volta ao passado (I)
Estou de malas prontas
volto pro meu lugar
Arrumei minhas malas
Já sei tudo que devo levar
É preciso coragem
Pouca bagagem
Uma só passagem
Aqui não devo ficar
Quero encontrar lá
Vidas cheias de encantos
Deixo as rosas de sedução
Ornamentais embriagantes
Delírios dos falsos amantes
Respeito a vereda iluminada
Do seu destino
Volto agora a ser menino
Navegarei neste oceano de lágrimas
Refletindo dilatadas pupilas
Lembranças diluídas pelas incertezas
Estou voltando para o que já foi meu
Lá, mais feliz serei
Esqueço aqui todos
Os amigos do falso rei
Pra onde vou, não deixo endereço
Pois não existe caixa postal
Um tempo discreto
De amor repleto
Cidade sem esquinas de concreto
Moradias de lembrança
Fonte de águas de cristais
Pura seda fina...
Leve e suave cheiro de esperança
Me impulsionam
Lá eu contarei história às crianças
Aos que ignoram as calçadas
Abraçando a dignidade
Passam os dias nos becos da cidade
Estendendo as mãos à caridade
Ah! Devo voltar logo...
Estou com saudades...
De tudo que lá ficou
Uma vez serei liberto
Das recordações
Ainda vivem em meus sonhos
Já conheço o caminho
Não me importo
Se ninguém me acompanhar
Seguirei sozinho
Com a solidão sorrindo ao meu lado
Ao encontro de quem me dê carinho
Chega de fantasias...
Embrulhadas pra presente
Volto agora pro passado
Quebro os laços
Mudo a direção dos passos
Reinvento o futuro
A partir daqui...
Encaro de frente,
Vou seguir
Na primeira hora
Ante que eu me atrase
E a próxima embarcação, demora...
Vou partir...
agora...
Márcio de Oliveira
20/12/2010