Chove

Diário de uma solitária

Chove... Olho ao meu redor e me vejo nua. O tic tac do relogio bate tic tac, tic tac, tic tac.

É sábado e chove uma fina chuva primaveril na minha noite restrita.

Transporto-me ao passado e me sinto esquecida como uma imagem petrificada num quadro remoto, perscrutando a aquarela da vida.

Olho para o futuro e o que vejo não consigo esboçar, o futuro é apenas um momento que sabemos que nunca chegará, porque tudo é passado, como é passado a hora que esse segundo termina.

Volto ao meu redor e o ventilador gira, espantando a poeira do quarto e me faz espirrar! Sinto uma dor, uma tênue angustia de se ter errado de estar sempre só, conflitando versos que a circunstancia grava.

Luk Ramos
Enviado por Luk Ramos em 18/12/2010
Reeditado em 25/09/2018
Código do texto: T2679236
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