A INSPIRAÇÃO III
Há dias de versos metrificados
E outros de versos livres...
Há dias de versos rimados
E aqueles de versos brancos....
Dias de poesia de amor,
Dias de dor,
Dias de protesto,
Dias sem poesia...
Há dias em que a inspiração bate ponto.
Em outros, desaparece e ninguém a encontra.
A poesia, como qualquer arte, espelha atitudes, sentimentos e pensamentos; segue junto à trajetória de nossa jornada; veste a roupa conforme a ocasião.
Como qualquer mortal, às vezes a inspiração está sujeita a alterações de humor, preguiça, depressão, enxaqueca, tpm; não quer sair de casa, cabula aulas, falta ao trabalho, deixa o poeta na mão... Quer ficar dormitando mais tempo debaixo das cobertas, sem falar com ninguém... fazendo de conta que é feriado, domingo, assistindo à tevê e comendo pipoca!
São os dias em que ela dá um tempo com a poesia!
Desliga o telefone, não atende aos chamados dos vates, não pode nem olhar lápis e papel. Esvazia-se.
Não adianta insistir.
O jeito é aguardá-la retornar com ânimo e novidades.
A inspiração é tão temperamental quanto nós!