Haverão de chamar por muitos nomes
E nomearão em minha pessoa monstros e demônios
E desgraças que são tantas e tanto das tragédias
O infortúnio atenderá por um epiteto meu
Haverão de me esquecer como quem se cura
Como quem se purga d'algum grave pecado
E me esquecerão como quem esquece uma doença
Haverá ainda por mim um possível e aceitável desprezo
Algo assim que disfarce o ódio ou o asco
Haverão de me odiar com tanta força
Como se não merecesse amor algum
Até esquecerem eu ter existido
Tudo porque não ouso e nem sei reclamar
Da vida que me dão ou que me deixam viver
Não se pronunciará meu nome nas histórias
Como quem evita uma maldição
Apagarão toda a lembrança minha
Pensamentos, palavras, gestos
Rastros e restos, por não combinarem mais
Com qualquer coisa assim de mim
Do alto desse fim eu direi
Eu sei, eu sei
Sempre soube e sei
Desde o olhar profundo da morte
Quando na calada da noite
Cruzar despercebido com o meu
Tudo porque não sei guardar
Nem carregar rancores
Nem atiçar minhas palavras
Com outras estranhas cores...
Nem dar às coisas outros nomes
Que não os que elas tem...
E nomearão em minha pessoa monstros e demônios
E desgraças que são tantas e tanto das tragédias
O infortúnio atenderá por um epiteto meu
Haverão de me esquecer como quem se cura
Como quem se purga d'algum grave pecado
E me esquecerão como quem esquece uma doença
Haverá ainda por mim um possível e aceitável desprezo
Algo assim que disfarce o ódio ou o asco
Haverão de me odiar com tanta força
Como se não merecesse amor algum
Até esquecerem eu ter existido
Tudo porque não ouso e nem sei reclamar
Da vida que me dão ou que me deixam viver
Não se pronunciará meu nome nas histórias
Como quem evita uma maldição
Apagarão toda a lembrança minha
Pensamentos, palavras, gestos
Rastros e restos, por não combinarem mais
Com qualquer coisa assim de mim
Do alto desse fim eu direi
Eu sei, eu sei
Sempre soube e sei
Desde o olhar profundo da morte
Quando na calada da noite
Cruzar despercebido com o meu
Tudo porque não sei guardar
Nem carregar rancores
Nem atiçar minhas palavras
Com outras estranhas cores...
Nem dar às coisas outros nomes
Que não os que elas tem...