Felicidade intermitente
As alegrias estão nas intermitências da felicidade. Porque nenhum sentimento é eterno. E a felicidade consiste exatamente de sentir satisfação apesar do sofrimento, em sentir alegria por se estar desafiando alguma circunstância. Quem não desvia os olhos do objetivo sente essa alegria a despeito de quaisquer dificuldades do caminho.
As coisas boas precisam ser intermitentes para que continuem boas. Rubem Alves disse: “Prazer precisa de intermitência. Como no sexo. Depois do orgasmo, o corpo está satisfeito. É preciso esperar um tempo para que ele queira de novo. O prazer continuado deixa de ser prazer, transforma-se em dor.” (Sobre Demônios e Pecados, p.60.)
A tristeza serve para nos lembrar do valor da alegria, do quanto devemos desfrutar os momentos de prazer.
O sábio Nitiren Daishonin ensinou: “Sofra o que tiver que sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, v.3, p.199.)
Se a vida fosse só de alegria, seria tudo muito monótono. A intermitência quebra a rotina.
Foi Rubem Alves que também disse: “A vida é feita de uma mistura de alegrias e tristezas. Sem as tristezas, as alegrias são máscaras vazias, e sem alegrias, as tristezas são abismos escuros. É por isso que os olhos, lugar dos sorrisos, são regados por uma fonte de lágrimas. São as lágrimas que fazem florescer a alegria.” (O Decreto da Alegria, p.23.)
Portanto, vamos desfrutar intensamente os momentos de alegria e enfrentar confiantemente os momentos entre as alegrias.
(Catalão, 30/10/2010)