...quase...

Deitado, quase dormi;

Quase morrendo de calor e de sede,

Sem dormir, levantei e quase saí;

Tentei a água, um copo, quase o segundo;

Tentei a brisa, respirei fundo, quase no âmago,

Olhei o céu, as estrelas bem de perto, quase as apanho com as mãos.

Ameacei um pequeno pensamento, quase um grande sonho,

Um cigarro, dois, quase o terceiro,

Mentira, não fumo! Quase me esqueço disso.

Quem sabe um café, quase um entorpecente,

Quente e escuro, mesmo local de destino.

Para a noite que não termina, quase amanhece,

Alguma tentativa de fuga, quase um plano,

Porque sozinho, quase sem sono, e inacabado,

Não encontro respostas, tampouco novas perguntas,

Por que sempre tão incompleto, sem destino?

Quase trombo com o “x” do problema

Porque me recolho na eterna sensação de que minha falta será injustificada,

Minha quase ausência responde às indagações,

Então, volto para a cama, quase bêbado de tristeza, quase implodido de angústia, quase sem nada, quase vazio de esperança.

magnodelaramadeira
Enviado por magnodelaramadeira em 14/12/2010
Código do texto: T2671900
Classificação de conteúdo: seguro