...quase...
Deitado, quase dormi;
Quase morrendo de calor e de sede,
Sem dormir, levantei e quase saí;
Tentei a água, um copo, quase o segundo;
Tentei a brisa, respirei fundo, quase no âmago,
Olhei o céu, as estrelas bem de perto, quase as apanho com as mãos.
Ameacei um pequeno pensamento, quase um grande sonho,
Um cigarro, dois, quase o terceiro,
Mentira, não fumo! Quase me esqueço disso.
Quem sabe um café, quase um entorpecente,
Quente e escuro, mesmo local de destino.
Para a noite que não termina, quase amanhece,
Alguma tentativa de fuga, quase um plano,
Porque sozinho, quase sem sono, e inacabado,
Não encontro respostas, tampouco novas perguntas,
Por que sempre tão incompleto, sem destino?
Quase trombo com o “x” do problema
Porque me recolho na eterna sensação de que minha falta será injustificada,
Minha quase ausência responde às indagações,
Então, volto para a cama, quase bêbado de tristeza, quase implodido de angústia, quase sem nada, quase vazio de esperança.