Verborragia.

Certa vez, morri um poema.

Morto de verborragia,

Cortei os pulsos de poesia.

Suicidei-me, afogando rimas pobres.

Desmetrifiquei-me, por uma morte singela,

Destruí meus versos, violentei minhas estrofes,

Rasguei o bucho, vomitei os bofes

Em forma de uma prosa meio poética e meio infantil.

Meio sua, aliás.

Que minha, ela não pode ser.

E é nesse ponto que a gente perde o senso, perde as idéias, perde o sono, perde amores, perde a vida.

Mas não perde a poesia.

Porque o poema só morre quando chega ao fim.

Gustavo Alvaro
Enviado por Gustavo Alvaro em 14/12/2010
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