Verborragia.
Certa vez, morri um poema.
Morto de verborragia,
Cortei os pulsos de poesia.
Suicidei-me, afogando rimas pobres.
Desmetrifiquei-me, por uma morte singela,
Destruí meus versos, violentei minhas estrofes,
Rasguei o bucho, vomitei os bofes
Em forma de uma prosa meio poética e meio infantil.
Meio sua, aliás.
Que minha, ela não pode ser.
E é nesse ponto que a gente perde o senso, perde as idéias, perde o sono, perde amores, perde a vida.
Mas não perde a poesia.
Porque o poema só morre quando chega ao fim.