Quando eu não te vi mais naquele maio
Já era quase dezembro em minha solidão
Não entendi por que estava chovendo
E eu chorando pelo que não sei morrendo
Quando não te vi mais naquele sorriso
Tinha uma lágrima chovendo muito além
Já era quase madrugada e os sonhos indo
Mais além do que todo sonho pode ir
Quando te vi descer do ônibus em que subia
Sair do vagão em que eu entrava
Já era outro trem que partia a me deixar
Sem despedida que era um gosto amargo
De uma saudade que eu não sabia
Quando te vi de costas para mim
Era o mar que se virava para outro lado
O céu que deixava despencar estrelas
E apagar o Sol e sumir com a Lua
Era só um horizonte a se distanciar
Quando não te vi mais nesse olhar
Tanto tempo a passar por mim
Que quase esqueci no meu olhar
Ainda um brilho dos olhos teus
Quando te ver foi hora de um adeus
Aqui dentro algo estremeceu
A vida era todo um cais
E não chovia mais
Nem fazia sol
Não era noite nem dia
Ventava
E eu inventava os ventos
De me levar para nunca mais...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 11/12/2010
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2666394
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