Quero a paz dos que não amam
Dos que não se fiam em ser amados
E dos que não sofrem a pensar amores
Ou dos que não tem um amor para pensar
Quero a rotina das horas que passam
Horas a se repetirem fielmente toda a vida
As manhãs, as tardes e as noites
Quero a madrugada tão mais silenciosa
O vazio das coisas mais vazias
Uma tristeza minha que a ninguém comprometa
Essa solidão que me obriga a ser só isso
Quero a complicação dessas coisas tão simples
Os troncos frondosos e o verde intacto das folhas
De uma floresta sem entrada em que me perco
Os ventos mais suaves a arrastarem-me para longe
Quero a plena certeza das distâncias
A improbabilidade dos horizontes
Quero uma poesia que brote do oco dos dias
E que me cante essas tolas maravilhas
O Sol, a Lua, o Mar e as Estrelas
As cores das flores e a pureza das fontes
A sacralidade longeva das montanhas
E a sabedoria impoluta das árvores
Mas uma poesia assim
Eu não tenho
Eu quero não querer mais
O que eu não tenho...
Dos que não se fiam em ser amados
E dos que não sofrem a pensar amores
Ou dos que não tem um amor para pensar
Quero a rotina das horas que passam
Horas a se repetirem fielmente toda a vida
As manhãs, as tardes e as noites
Quero a madrugada tão mais silenciosa
O vazio das coisas mais vazias
Uma tristeza minha que a ninguém comprometa
Essa solidão que me obriga a ser só isso
Quero a complicação dessas coisas tão simples
Os troncos frondosos e o verde intacto das folhas
De uma floresta sem entrada em que me perco
Os ventos mais suaves a arrastarem-me para longe
Quero a plena certeza das distâncias
A improbabilidade dos horizontes
Quero uma poesia que brote do oco dos dias
E que me cante essas tolas maravilhas
O Sol, a Lua, o Mar e as Estrelas
As cores das flores e a pureza das fontes
A sacralidade longeva das montanhas
E a sabedoria impoluta das árvores
Mas uma poesia assim
Eu não tenho
Eu quero não querer mais
O que eu não tenho...