A INSPIRAÇÃO II
No coração do verdadeiro poeta a inspiração nunca morre. Tem direito a férias, isto sim.
Nesses períodos ela viaja pelos céus, percorre galáxias, repousa nas nuvens, encontra seres não concebidos, sobrevoa paisagens
estrangeiras, conhece a história de outros povos, observa sentimentos desconhecidos, conjuga verbos vários, apreende novas rimas, vindas da natureza e do barulho das cidades.
Apetrecha-se.
Faz uma pausa para reflexão, para flanar por dentro de si, respirar entre os mortais o mesmo ar.
Passeia de bicicleta. Adormece sem palavras.
São essas recordações de viagem, essa estação de turismo, que alimentarão os novos poemas do poeta.
[Dedicado ao querido amigo Aldo Lopes, que me escuta, aconselha e entende.]
Imagem: Martin Frias