TEMPO, TEMPO, TEMPO...
TEMPO, TEMPO, TEMPO...
José Jorge Souza*
Quanto tempo tem que nos amamos?
Quanto tempo tem que nos encontramos?
Quanto tempo tem que nos beijamos?
Quanto tempo tem que nos acariciamos?
Quanto tempo tem? Quanto tempo!
O tempo é maldito e angustia meu ser. Rouba, aos poucos, a seiva da essência que me faz viver.
O tempo é severo quando acelera tornando curtos os belos momentos e demoradas as grandes desgraças.
Então, para que serve o tempo?
Tempo para me despir e sentir saudade do teu corpo nu.
Tempo para me distrair e perceber que cada sonho foi uma ilusão. Ilusões mal navegadas e ancoradas no cais do sofrimento que jamais desprenderá do gancho das correntes firmes do pensamento mesquinho e egocêntrico.
Tempo para que?
Eu adoro o tempo por me propiciar espaço de felicidades, em que o mar em sua dimensão e magnitude é apenas uma gotícula neste sentimento prazeroso.
Eu odeio o tempo por me tornar escravo das reminiscências e não massagear meu ego sofrido pelo tombo da escuridão.
Eu adoro o tempo!
Eu odeio o tempo!
Adorar! Odiar! Não importa porque o tempo não existe.
É apenas uma miragem construída pelos desesperados que não tem coragem de assumir o seu desejo.
Afinal, o que é o tempo?
O tempo?
O tempo é o tempo!
Ele não existe e jamais existirá!
O tempo?
O tempo é o tempo!
Ele existe e está presente e ausente...
O tempo...
* Jorge Axé – Educador Popular (acapeb.blogspot.com), num momento de reflexão...
Ilhéus, 04/11/2010, às 23:30hs