OS PREGUIÇOSOS
...E a mediocridade acompanha quem começa a viver e não acaba.
Apaga, feixe por feixe, a glória do que se importa pouco com tudo.
Regada ao leite materno a inação bruta desses seres opacos,
desce matando-lhes qualquer iniciativa rara. Os vivos atormentados
por um sono onipotente agem a anular-se-lhes o ânimo no
subconsciente.Maldita inércia que encerra em sua arca pesada todos
os dons, talentose atributos dos desgraçados que sofrem a preguiça!
De todas, a cruz de chumbo, prisão sem muros, a âncora da vida.
Pode não ser a primeira e nem fechar a cortina da miséria humana,
mas é dor. Desatina muda, corta calada o sonho e a carne. Dos
ungüentos todos, medicinas e medidas, a única redenção às
sucessivas decepções seria entregá-la a quem nos deu, a chance de
viver. Ah, o fim certo (graças a Deus)... O salvífico acerto final. O
cabo da única empreita que qualquer medíocre principia e finda:
a missão Vida!