DESDE ENTÃO...

Desde então

...e desde antigas eras as paisagens avermelhadas sempre fizeram arder as retinas azuis.

Sangues em veias múltiplas, caras e facções, templos sem religiões, estandartes de outras inúteis fantasias... Na verdade memórias apenas temporariamente esquecidas.

...e desde tempos idos, ainda que tão lindos... Findos.

A mente galga seu cavalgar no espaço dos titãs. E por entre este céu nitidamente azul claro e sem nuvens há sombras de corvos dos antigos ritos.

E dos canyons aparentemente silenciosos, ainda ecoam gritos. A terra abraça finalmente a eternidade. Os silêncios ou palavras já não fazem sentido. É a babilônia dos anjos!

Final dos tempos, diriam os mais crentes, que vestem a roupa branca, mas esquecem de lavá-la. Na verdade nada finda, nada inicia nada cala e nem nada vibra... O mundo e o verbo existir sentam-se placidamente sobre uma gigantesca reticência.

E nós, pobres células em decomposição, algumas vezes nos esquecemos de nossas antigas eras. Nosso DNA é eterno e nunca muda, acreditem.

Acendam novamente as fogueiras, apontem as flechas de veneno, escutem o tilintar do aço, o mundo vai explodir...

Retornem ao âmago de suas almas e se reconheçam! Antes que as luzes do céu comecem a falhar... Pois a grande luz interior já começa a raiar na boca do teu ultimo dia.

Sorriam quando finalmente puder se reconhecer nas águas de seus lagos, pois a civilização já não precisa de meios de informação. Nossa maquina maior acaba de ser ligada...

Fumaça, corredeiras, aromas e gostos...

...e desde antigas eras, sempre foi assim.

Márcia Poesia de Sá

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 06/12/2010
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