A PROCURA DE MIM
Eu não era dona desse sentimento de hoje
Assim volúvel, assim vulnerável, assim instável
Nem o pensar desorientado
Nem a alma abatida.
Na ausência de mim
No caminho de volta me perdi.
Nem o meu riso é o mesmo!
Minha gargalhada é um choro preso
Na garganta!
Já nem posso sonhar,
As imagens envelhecidas
Insistem povoar o voo
De o meu insano pensar.
Madrugadas adentro
Saio à procura do meu eu.
Vasculhando gavetas
Entretida nas lembranças
O tempo se consome.
Sem me dar conta
O sol bate quente na persiana.
Que nem sei há quanto tempo
Espera infinitamente por
Intempestiva mudança.