A PROCURA DE MIM

Eu não era dona desse sentimento de hoje

Assim volúvel, assim vulnerável, assim instável

Nem o pensar desorientado

Nem a alma abatida.

Na ausência de mim

No caminho de volta me perdi.

Nem o meu riso é o mesmo!

Minha gargalhada é um choro preso

Na garganta!

Já nem posso sonhar,

As imagens envelhecidas

Insistem povoar o voo

De o meu insano pensar.

Madrugadas adentro

Saio à procura do meu eu.

Vasculhando gavetas

Entretida nas lembranças

O tempo se consome.

Sem me dar conta

O sol bate quente na persiana.

Que nem sei há quanto tempo

Espera infinitamente por

Intempestiva mudança.

Angeluar
Enviado por Angeluar em 04/12/2010
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