Lembrança
Viajei enquanto lia, imaginando minhas noites sôfregas de plenilúnio no topo da cidade de Poá, no declive do terreno baldio. Eu via as luzes lá embaixo, ouvia o som do trem a passar às 00h00, enquanto tinha uma amiga que me beijava que compartilhava de segredos íntimos, que me emprestava seu ombro, que me dava amor e carinho... Ali toda solidão e sofrimento iam embora, porque era muita afinidade para qualquer solidão ou dor permanecer conosco.
E, quando não havia mais ninguém passando pela rua, no terreno baldio, onde víamos a cidade cheia de luzes multicolores, sentados num tronco, namorávamos, fazíamos amor vendo a lua e as estrelas, ouvindo os grilos... Pode parecer reles, mas era tão romântico, tão bom, tão único... E o amor vive na simplicidade. Como vou me esquecer?
Hoje só dói...
3/12/2010 11h09