Muito! além...de mim.
Muito além de mim
Ao sentir-me navegante,
algo de pirataria.
Lenços vermelhos flamejam
colorindo cada dia,
sou poeta doutras eras,
pintora em essência de mirra,
ando mares e ilhas, a jogar pétalas minhas.
Muito além deste mar,
escuto gaivotas a cantar,
e sinto as brisas que mudam
do calor carmim até o branco congelar.
Rasuro as rotas já rotas.
Reescrevo a direção.
Sinto que muito além de mim,
ainda bate coração.
Fraco, tênue, sensível
Fazendo borbulhas na profunda maresia
desta minha razão.
Muito alem dos horizontes,
os meus sonhos perdem cor
Sou desenhista de paisagens frias, japonesa solidão,
gelo que derrete em icebergs, mares em rebentação.
Muito além desta vida,
ha sons de um triste bandolim,
que comove os navegantes
... enquanto min’a alma
se despede de mim.
Márcia Poesia de Sá