Muito! além...de mim.

Muito além de mim

Ao sentir-me navegante,

algo de pirataria.

Lenços vermelhos flamejam

colorindo cada dia,

sou poeta doutras eras,

pintora em essência de mirra,

ando mares e ilhas, a jogar pétalas minhas.

Muito além deste mar,

escuto gaivotas a cantar,

e sinto as brisas que mudam

do calor carmim até o branco congelar.

Rasuro as rotas já rotas.

Reescrevo a direção.

Sinto que muito além de mim,

ainda bate coração.

Fraco, tênue, sensível

Fazendo borbulhas na profunda maresia

desta minha razão.

Muito alem dos horizontes,

os meus sonhos perdem cor

Sou desenhista de paisagens frias, japonesa solidão,

gelo que derrete em icebergs, mares em rebentação.

Muito além desta vida,

ha sons de um triste bandolim,

que comove os navegantes

... enquanto min’a alma

se despede de mim.

Márcia Poesia de Sá

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 04/12/2010
Reeditado em 09/06/2016
Código do texto: T2652734
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