Estátuas de sal

[desconfie do poema... ele é mentiroso]

Não sou de olhar fotografias.

Não sou de ler recados

Perturbar passados

Questionar princípios.

Não sou de incomodar incômodos

Não sou de procurar deslizes

E achar...

Localizar perdizes

E me perder

Te procurando no meio de pretéritos

E encontrando mais-que-perfeitos amores

Enquanto imperfeito fico

Descostruindo nossos futuros

Por conta de olhares para trás.

E tantas estátuas de sal

Se estatuetaram da mesma forma

E se estatelaram na mesma norma

E se deixaram de escrever bons poemas.

E viver amores únicos...

[pausa. pense no amanhã, esqueça o ontem. viva hoje.]

Então as manhãs desamanheceriam

E reanoitecerão noites em claro

E eu não sei, se meço ou reparo

O quanto não somos nós quando não

Confiamos em mim.

Mas eu não sou assim.

Não quero perguntar,

Não quero saber

Não quero afastar,

Nem quero perder.

E, se eu te quisesse assim,

Como que pra sempre...

Me preocuparia com um futuro belo

E não com um passado podre...

E te daria um presente único:

Estátua salgada de mim.

(Porque eu quero...)

[feche os olhos, pule. há uma mão que te segura]

É minha.

Gustavo Alvaro
Enviado por Gustavo Alvaro em 03/12/2010
Código do texto: T2651229
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