Estátuas de sal
[desconfie do poema... ele é mentiroso]
Não sou de olhar fotografias.
Não sou de ler recados
Perturbar passados
Questionar princípios.
Não sou de incomodar incômodos
Não sou de procurar deslizes
E achar...
Localizar perdizes
E me perder
Te procurando no meio de pretéritos
E encontrando mais-que-perfeitos amores
Enquanto imperfeito fico
Descostruindo nossos futuros
Por conta de olhares para trás.
E tantas estátuas de sal
Se estatuetaram da mesma forma
E se estatelaram na mesma norma
E se deixaram de escrever bons poemas.
E viver amores únicos...
[pausa. pense no amanhã, esqueça o ontem. viva hoje.]
Então as manhãs desamanheceriam
E reanoitecerão noites em claro
E eu não sei, se meço ou reparo
O quanto não somos nós quando não
Confiamos em mim.
Mas eu não sou assim.
Não quero perguntar,
Não quero saber
Não quero afastar,
Nem quero perder.
E, se eu te quisesse assim,
Como que pra sempre...
Me preocuparia com um futuro belo
E não com um passado podre...
E te daria um presente único:
Estátua salgada de mim.
(Porque eu quero...)
[feche os olhos, pule. há uma mão que te segura]
É minha.